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ENEM

Análise do Tema da redação ENEM 2020 por Jhuly Monteiro.

Análise de redação feita pela Monitora do Projeto Aprovação, e estudante de Jornalismo na UFRRJ, Jhuly Monteiro.

Análise de redação feita pela Monitora do Projeto Aprovação, e estudante de Jornalismo na UFRRJ, Jhuly Monteiro.

INTRODUÇÃO

“O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira” foi o tema da redação do Enem de 2020.

Vale ressaltar que, dentre todas as pautas que já foram trabalhadas no ENEM, essa foi a que teve, e ainda tem, uma grande repercussão na mídia por conta da pandemia do COVID-19, então, o aluno que acompanhou as matérias e artigos sobre esse tema, se sairá muito bem no que se refere a uma vasta bagagem de dados. 

Realizando uma análise sobre o tema, pode se dizer que, para introdução, o ideal seria contextualizar “estigma”, que carrega um significado de “cicatriz”, isso é, algo que está sempre presente em nós, que sara, mas não totalmente. Trazer esse significado e trabalhar em cima dele na introdução dá um pontapé inicial bem diferente, principalmente se relacionar o significado de uma cicatriz ao conceito de memória coletiva trabalhada por Émile Durkheim, o que, no caso dessa redação, é uma memória coletiva negativa, pois transmite de geração em geração esse preconceito e “tabu” criado ao que se refere a doenças mentais. 

DESENVOLVIMENTO

A partir disso, conseguimos definir uma primeira tese: a falta de informação e trabalho voltados a esse conhecimento sobre o que é doenças mentais. Mesmo sendo algo “clichê” de se trabalhar, o maior ofensor da sociedade nos dias atuais é a falta de informação e comunicação clara, para incluir aqueles que entram na estatística de baixa escolaridade. 

Outro ponto que se tornaria uma boa argumentação, sendo uma consequência da falta de informação para a população, é a vergonha quando há uma necessidade de uma ajuda médica, isso é o estigma criado. Principalmente dentro do nicho religioso, fruto de um pensamento coletivo e errado sobre doenças mentais, o indivíduo que sofre de alguma doença mental, sendo elas ansiedade, depressão, esquizofrenia, bipolaridade, dentre outros, se recusa a buscar ajuda por medo da opinião pública, por medo da caracterização vigente na sociedade, como por exemplo “pessoa louca”, pela sociedade em geral e “isso é falta de Deus”, rotulada no nicho religioso. 

Essa vergonha, por fim, é um grande ofensor no tratamento, pois a partir dessa timidez e “isolamento”, a taxa de mortes causadas por essas doenças aumentam, pois esses indivíduos não terão o suporte necessário e serão julgados em qualquer episódio causado pela qual seja a doença mental presente em sua rotina. De fato, essa seria a tese principal da redação, pois essa vergonha e silêncio dos pacientes, por medo do estigma gerado, é o maior problema. 

CONCLUSÃO

A conclusão, portanto, deverá girar em torno da inclusão de matérias sobre doenças mentais e saúde mental, o aumento na prática da informação sobre esse tema, principalmente em mídias sociais, que é composto pela maioria da população e auxílio gratuito no sistema de saúde brasileiro. 

EXTRA: 

Por ter sido um tema comum durante a pandemia, posso dizer que uma das apostas para esse tema seria a pandemia. Mesmo em um conceito drástico mundialmente, o avanço no que se refere a informação sobre doenças mentais aumentou em um ano, o que resultou na diminuição desse preconceito. Então, uma forma diferente de se trabalhar a pandemia e doenças mentais, seria um exemplo do quão positiva é esse trabalho de informação.

O filme Coringa, que teve como pauta doenças mentais, pode ganhar um grande espaço nesse Enem. Acredito que muitos citaram esse filme em suas redações, por ter dado um olhar mais íntimo ao que é essa doença e como ela se agrava. Ela trata exclusivamente sobre o preconceito e o bullying, a falta de confiança e da incompreensão da sociedade nesse tema de doenças mentais. É um bom filme, que se tornaria um desenvolvimento comum, porém interessante.

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