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SALA DE ESTUDOS

Trovadorismo – 1189

Aprenda sobre Trovadorismo

– Formação do Estado português, em meados do século XII, quando os árabes foram expulsos da península Ibérica. O estudo das origens da literatura portuguesa, então, deve ser norteado por dois critérios:

  1. a) o uso do vernáculo, ou seja, de uma língua portuguesa já estruturada, diferente do latim e de suas irmãs neolatinas;
  2. b) o registro escrito, já que a produção literáriaoral, apesar de sempre ter existido, se perdeu com o tempo.

A literatura portuguesa conheceu duas épocas distintas. 1) predomina a produção poética, com as cantigas trovadorescas. 2) toda a produção, em prosa, verso ou teatro, apresenta nítido amadurecimento dessa literatura em formação.

Eles precisavam memorizar as cantigas, pois eram exclusivamente orais, então usavam certos procedimentos que contribuíssem para a memorização do texto, tais como: o ritmo, a métrica curta, o refrão ou estribilho, e os paralelismos (repetição sistemática de certos elementos constitutivos do poema).

Paralelismo – pares de estrofes – reside numa ligeira diferença entre o verso de uma e seu correspondente na outra.

1ª estrofe   Verso A
Verso B
refrão

      

2ª estrofe   Verso A’ (variante de A)
Verso B’(variante de B)
refrão

Paralelismo do leixa-pren (deixa-toma), consiste na repetição de versos entre grupos de estrofes pares e ímpares na seguinte disposição: o segundo verso da primeira estrofe se repete no primeiro da terceira estrofe, assim por diante.

– Época de profundas transformações: a formação de uma consciência nacionalista de vários povos e sua autonomia política; a solidificação de línguas populares, em grande parte nascidas do latim; a ascensão da cavalaria feudal, que, beneficiada com as cruzadas (1096-1291), criou certos padrões de comportamento e certos valores culturais e artísticos, principalmente nos séculos XII e XIII; o florescimento de uma rica cultura laica (isto é, não religiosa), nas cortes de Provença, sul da França; e, a partir do século XIV, a decadência da cavalaria e ascensão da burguesia comercial.

Portugal conquista a autonomia política em 1143. A língua portuguesa solidifica-se, a língua oficial era o latim, imposto pela Igreja.

TEMAS: 

galanteio amoroso à mulher, o sofrimento amoroso da jovem cujo namorado partiu para lutar na guerra contra os árabes, além da descrição irônica e crítica da sociedade portuguesa.

Na primeira época medieval as cantigas sobrepuseram-se a alguns gêneros de prosa que eram cultivados: as novelas de cavalaria, as hagiografias (histórias da vida de santos), os nobiliários (biografias de nobres), e os cronicões (registros de acontecimentos).

A poesia sobrepôs-se à prosa porque antes do século XV(quando Gutenberg inventou a tipografia), a escrita restringia-se a uma minoria, sobretudo aos religiosos. A cultura da primeira época medieval foi predominantemente oral.

O período áureo do Trovadorismo deu-se entre os fins do séc. XII e a morte do rei D. Dinis (1325), que foi um dos melhores trovadores da época. Depois, em meados do séc. XIV há uma forte tendência de tratar de assuntos relacionados à vida prática e econômica, o aburguesamento de valores e uma nova forma de ver o mundo.

Trovador = poeta que pertencia à nobreza ou ao clero, seleto público.

Segrel = Origem mais baixa, talvez um escudeiro que seguia a cavalaria.

Jogral = Cantor de origem popular, raramente compunha, limitando-se a executar as composições dos trovadores. Normalmente acompanhado por uma soldadeira, mulher que dançava e cantava durante as apresentações, por isso, de má reputação.

“Cantiga da Ribeirinha” ou “Cantiga da Guarvaia” do trovador Paio Soares de Taveirós, de 1189 ou 1198 é tradicionalmente considerado o marco da literatura portuguesa.

Essas cantigas chegaram a nós por meio de cancioneiros (coletâneas de variados tipos de poemas, com participação de muitos autores).

Os mais importantes são:

Cancioneiro da Ajuda: o mais antigo, provavelmente compilado no séc. XIII. Cancioneiro da Varicana, Cancioneiro da Biblioteca Nacional ou Cancioneiro Colocci-Brancutti:

 

Aparecimento da prosa – final do séc. 14 e início do 15, representado por textos de caráter religioso, histórico ou genealógico e pelas novelas de cavalaria.

 

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